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Ronaldo Lemos
BrasilInstituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro
Ashoka Fellow desde 2015

Ronaldo Lemos está na vanguarda da construção de um mundo onde todos possam desfrutar da liberdade de expressão e da oportunidade de acessar as diversas informações proporcionadas pelo desenvolvimento da Internet.

#Tecnologia de informação e comunicação#Propriedade intelectual#Participação do cidadão / comunidade#Engajamento Cívico#Democracia e votação#Desenvolvimento e prosperidade#Lei e reforma legal#Capacitação#Empresa e empresa social#Acesso à internet#Sociedade civil#Democracia#Direitos humanos#Internet#Tecnologia#História da Internet#Brasil

A Pessoa

Ronaldo nasceu em uma pequena cidade de Minas Gerais. Apesar do isolamento de sua cidade, Ronaldo teve acesso a computadores desde cedo graças ao entusiasmo de seu pai. Isso o levou a estudar programação logo depois de aprender a ler e escrever, e o ajudou a entender que os computadores podem ser uma plataforma de aprendizagem e capacitação. Além disso, sua cidade foi a primeira escolhida pelo Ministério da Comunicação para receber a TV a cabo, e teve acesso a canais globais como a CNN, anos antes das empresas jornalísticas do Rio ou de São Paulo. Isso fez com que Ronaldo compreendesse, desde muito cedo, a importância da informação e das TIC para ampliar as oportunidades, a educação, o acesso à informação e para a promoção da igualdade e das capacidades humanas. Ronaldo estudou direito e, nessa época, se envolveu em projetos de sociologia jurídica. Fez estágio em um escritório de advocacia de telecomunicações, o que o aproximou das TICs e o fez refletir ainda mais sobre seu impacto. Depois de formado, fez dupla carreira acadêmica e de direito, continuou trabalhando no escritório e lecionou sociologia jurídica na Universidade de São Paulo. Enquanto fazia o doutorado, candidatou-se a um programa de mestrado em Harvard, no Berkman Center for Internet and Society, único lugar do mundo que estava pensando no impacto das TICs, e foi aprovado. Este foi um período relevante para pensar sobre as implicações da tecnologia na sociedade sobre os direitos humanos. Ao final do mestrado, Ronaldo recebeu várias ofertas de trabalho, mas optou por cofundar a Faculdade de Direito da FGV no Rio de Janeiro, com a condição de que pudesse fundar um centro de pesquisas voltado para sua paixão, internet e sociedade. Ronaldo também criou o Overmundo, a principal experiência brasileira no movimento "Web 2.0", que reunia grupos culturais de todo o Brasil para colaborar, em uma época em que as mídias sociais mal existiam. O site foi criado e editado 100% através de cooperação descentralizada e todo o conteúdo é licenciado sob Creative Commons e de uso livre. Muitos dos coletivos, artistas e ativistas brasileiros tiveram suas origens e primeiras menções no Overmundo, como Espaço Cubo, Movimento Fora do Eixo, ABRAFIN (Associação Brasileira de Festivais Independentes), etc. O portal recebeu o prêmio mais importante do mundo no área da cultura digital, a Golden Nica do Prix Ars Electronica da Áustria. Foi o primeiro e único site brasileiro a receber o prêmio, concedido anteriormente a projetos como Wikipedia e Linux. Por meio do Overmundo, foi possível perceber o imenso potencial de inovação do Brasil, seja ele cultural ou tecnológico. Por meio do ITS, Ronaldo agora trabalha para levar esse potencial ao máximo.

A Nova Idéia

Ronaldo está usando a tecnologia para aumentar a democracia. Ele vê a tecnologia como uma oportunidade para incluir pessoas que foram excluídas nos processos de tomada de decisão e produção de conteúdo. A internet traz acesso a informações e oportunidades, bem como avanços na liberdade de expressão e associação. No entanto, para que isso aconteça, é importante regulamentar a forma como as pessoas usam a tecnologia e a internet e garantir que não sejam utilizadas como ferramentas de supressão de direitos. Ronaldo Lemos criou o ITS - Instituto de Tecnologia e Sociedade para analisar, abordar e impactar a forma como a sociedade e a tecnologia interagem, e é pioneiro tanto em pensar como traduzir os direitos fundamentais do mundo real para o mundo digital, garantindo que estejam alinhados com os princípios democráticos, bem como possibilitar a participação de pessoas anteriormente excluídas. Ronaldo liderou a criação do Marco Civil da Internet, Marco Civil da Internet no Brasil, aprovado pelo Congresso Brasileiro em abril de 2014, estabelecendo princípios, direitos e deveres para a internet no país, por meio de um processo multissetorial verdadeiramente democrático . O projeto de lei utilizou a internet para regulamentá-lo e foi construído de forma colaborativa online, por meio de um processo transparente e inclusivo que contou com a participação de todos os usuários interessados - academia, organizações sociais, empresas, políticos, indivíduos da sociedade civil. O Marco Civil definiu os direitos fundamentais para o mundo contemporâneo: privacidade, liberdade de expressão, neutralidade da rede, o reconhecimento da Internet como ferramenta essencial para o exercício da cidadania, os princípios do "governo aberto", entre outros temas. O Brasil é o primeiro país do mundo a ter uma legislação como o Marco Civil, tanto em conteúdo quanto em andamento. Ronaldo agora está apoiando outros países, como México, Itália, Líbano e Jordânia, na implementação de processos semelhantes. Ronaldo também lançou a “Plataforma Brasil”, uma plataforma de tomada de decisão política colaborativa para replicar o processo inovador de construção da lei, que pode ser aplicado a vários outros temas. Ronaldo atua em várias frentes para garantir o acesso à informação e, por meio de uma importante parceria com o Ministério da Cultura, conseguiu mudar a política pública de patentes, recursos educacionais abertos (REA) e cultura digital. Para garantir que os benefícios da tecnologia sejam amplamente compartilhados pela sociedade, Ronaldo também pesquisa a apropriação da tecnologia pela base da pirâmide, para garantir que as novas práticas e usos de base tecnológica por pessoas de baixa renda não fiquem invisíveis e criminalizadas. Exemplos são a descriminalização das ‘lan houses’, o mapeamento da multimilionária indústria da música tecnobrega no norte do Brasil e da indústria cinematográfica nigeriana.

O problema

Em todo o mundo, a democracia está enfrentando uma crise de representação política no mundo. Nos últimos dois anos, mais de 70 países tiveram protestos internos questionando o sistema de representação pública. A tecnologia pode ser uma ferramenta para apoiar a representação em um mundo conectado, mas esse potencial é subutilizado e, se não for bem regulamentado, a interação entre tecnologia e sociedade também pode ser usada para suprimir direitos humanos. Cada vez mais presente na vida das pessoas, a tecnologia medeia e cria novas dinâmicas sociais. Por se tratar de um tema muito novo, poucas pessoas no mundo estão à frente dessa questão, pensando em como traduzir os direitos fundamentais do “mundo real” para o virtual, com base em princípios democráticos, além de criar novos. Se não forem regulamentadas, as interações online têm grande potencial de serem utilizadas para suprimir direitos fundamentais, trazendo novas possibilidades de censura e vigilância dos usuários. O caso Snowden, por exemplo, mostrou ao mundo o aparato de vigilância global dos EUA e aumentou a conscientização sobre questões de privacidade e transparência em um mundo globalizado e digital. A vulnerabilidade aberta pela tecnologia não se limita aos países. Os usuários também estão expostos neste ambiente não regulamentado, sem meios claros de proteção a si próprios ou às informações que compartilham com o mundo digital. Em 2014, por exemplo, países como Turquia e Rússia adotaram leis que aumentam o controle do governo sobre a internet, que bloqueiam sites e restringem conteúdo, criando regimes que efetivamente censuram, penalizando usuários que divergem das principais forças políticas. A primeira proposta de lei de internet no Brasil, incluída na pauta de votação do Senado Federal em 2007, era uma lei criminal com características semelhantes, que, na tentativa de prevenir as más práticas digitais, acabou propondo um sistema de controle rígido em um campo não regulamentado que coloca todos os usuários comuns em risco de criminalização. A Internet e as novas tecnologias estão se espalhando rapidamente pelo globo. Embora proporcionem aos usuários muitos pontos de acesso, tanto à produção de informação quanto de conhecimento, essa disseminação se dá de forma bastante desigual, criando assim novas diferenças e desigualdades. Esta “divisão digital” não diz respeito apenas ao acesso físico às infraestruturas tecnológicas, mas também à qualidade da utilização e ao contexto em que as pessoas as utilizam / se apropriam. Ainda que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) tragam novas oportunidades de intercâmbios culturais, são também um novo desafio para a diversidade cultural devido aos riscos de desequilíbrio entre países ricos e pobres. A tecnologia traz novas dinâmicas e práticas que podem ser vistas como ilegais, pois desafiam a forma como o conhecimento é produzido, acessado e compartilhado. Neste ambiente, os mais vulneráveis são as pessoas que já estão excluídas do sistema no ‘mundo real’. Eles têm poucos recursos para se protegerem e a estrutura legal geralmente não é projetada para garantir sua proteção. Por outro lado, a tecnologia e o acesso à internet podem conectar pessoas, cruzando fronteiras, nacionalidades e sistemas de crenças. Se bem utilizado, pode permitir um acesso mais amplo ao conhecimento e avanços para a liberdade de expressão e associação. Pode ser uma ferramenta para empoderar as pessoas, permitindo a colaboração e a participação popular na tomada de decisões e na construção de uma sociedade verdadeiramente democrática.

A Estratégia

Ronaldo Lemos enxerga o avanço e a difusão das TICs como um fator chave para a construção de um mundo mais democrático. A tecnologia pode ser usada para aumentar o acesso à informação, a participação na tomada de decisões, para possibilitar novas formas de produção de conteúdo, mas é importante garantir que não seja usada para aumentar as violações de direitos. Ronaldo criou o ITS - Instituto de Tecnologia e Sociedade para analisar, abordar e regulamentar a forma como a sociedade e a tecnologia interagem. O ITS é um think tank sem fins lucrativos que realiza projetos-piloto e pesquisas inovadoras e trabalha para influenciar as políticas públicas por meio deles. Os estudos são voltados para a tecnologia e suas dimensões jurídicas, sociais, econômicas, culturais e, sempre com o impacto social prático como objetivo, o ITS utiliza esses estudos para advogar por medidas legais e regulatórias de proteção de direitos, privacidade, liberdade de expressão e acesso ao conhecimento . A equipe do ITS é interdisciplinar e os projetos são desenvolvidos em colaboração com especialistas de diferentes áreas, desde advogados a tecnólogos, especialistas em mídia, antropólogos. Para cumprir sua missão, Ronaldo dividiu o trabalho do ITS em três áreas, que realizam diversos projetos abrangentes: direitos, acesso ao conhecimento, apropriação de tecnologia pelo BoP. Ronaldo é o pioneiro em pensar em como traduzir os direitos do ‘mundo real’ para o ‘mundo virtual’. Ele criou o “Marco Civil da Internet”, Marco Civil da Internet no Brasil, que foi aprovado pelo Congresso Brasileiro em abril de 2014, estabelecendo princípios, direitos e deveres para a internet no país, por meio de um processo multissetorial. A Internet foi utilizada como ferramenta de construção da lei que a regulamenta, como ferramenta de participação coletiva e transparência. Com base na Constituição Federal do Brasil, Ronaldo e sua equipe desenvolveram uma lista inicial de princípios para a internet. Esses princípios foram colocados em discussão aberta online, por meio de uma plataforma na internet, que recebeu contribuições e promoveu debates entre os interessados. Este período de consulta pública decorreu em parceria com o Ministério da Justiça, teve a duração de 18 meses e decorreu em duas fases. Cada princípio foi vinculado a um fórum de discussão onde os usuários compartilhavam suas opiniões sobre o assunto. Todos os comentários são abertos e acessíveis, permitindo assim uma troca efetiva de ideias. Para que um usuário participasse, ele precisava se identificar, autenticado pelo seu número de identificação. Cada participante também pode votar para classificar, positiva ou negativamente, as contribuições dos outros. Esses votos não levariam necessariamente à inclusão ou exclusão de determinados temas de debate, mas orientariam a equipe editorial do texto sobre as preferências, opiniões e interesses dos participantes, contribuindo para a formulação da proposta. Como resultado dessa discussão coletiva, o texto foi gradativamente modificado de acordo com a demanda, relevância e desdobramento das discussões. O processo ganhou credibilidade quando os usuários perceberam que o texto refletia de fato a discussão online, o que incentivou uma maior participação da sociedade. Um blog do Marco Civil e uma conta no twitter foram criados para compartilhar novidades e atualizações sobre o processo e mobilizar os usuários a participarem. Por meio da hashtag #MarcoCivil, Ronaldo e sua equipe mapearam os debates sobre o tema que aconteciam fora do portal e os transformaram em comentários oficiais - a participação nas discussões foi possível mesmo sem precisar acessar o site do Marco Civil. O espaço de discussão foi compartilhado horizontalmente por indivíduos, OSCs, empresas privadas, políticos e acadêmicos. Como a discussão iria de fato construir o projeto de lei oficial, todas as partes interessadas expressaram suas preocupações de forma transparente. O Marco Civil insere o multissetorialismo como princípio para a governança da Internet no Brasil, e é um caso de sucesso para a participação popular e democratização do processo legislativo, por meio do uso cidadão das tecnologias de informação e comunicação. O período de consultas recebeu mais de 2.000 comentários, com a participação de 287 usuários. Depois que a lei foi escrita, houve um longo e complexo período de negociação política até sua aprovação. A construção colaborativa deu atenção e legitimidade ao documento, que foi aprovado exatamente da forma como foi redigido de forma colaborativa. Além disso, a transparência na postura de todas as partes durante o processo reduziu a assimetria de informações, facilitando as negociações e os compromissos necessários. Fruto de um processo democrático de construção, o documento final foi um balanço das opiniões dos diferentes atores que participaram do processo - o Marco Civil não teve vencedor, todos os jogadores ganharam e perderam. Os princípios do Marco Civil garantem aos usuários liberdade de expressão, privacidade, neutralidade da rede e o direito de acesso à Internet; limites à responsabilidade dos intermediários; promove abertura e inovação. A neutralidade da rede obriga os provedores de conexão à Internet a tratar qualquer pacote de dados com igualdade, firmando a internet como área de livre acesso a qualquer tipo de conteúdo e evitando que usuários sejam excluídos de determinado conteúdo por não pagarem pelo pacote de acesso integral. Também estabelece a obrigação do governo de dar preferência a softwares livres e abertos. Em uma época em que muitos países aumentam os poderes do governo para interferir na internet, a influência dessa lei pioneira brasileira é generalizada em nível global. Com base no exemplo brasileiro, outros países estão lançando seus processos de consulta online para escrever suas próprias versões do Marco Civil. O Marco Civil fornece o modelo, tanto em processo quanto em substância, sobre como abordar a regulamentação da internet de uma forma verdadeiramente democrática, e Ronaldo está apoiando alguns países como Jordânia, Itália, Chile, México, França e República Dominicana para implementá-la esses modelos. Além disso, Ronaldo lançou recentemente a “Plataforma Brasil” para divulgar a ferramenta de tomada de decisão aberta e colaborativa. Devido às atuais demandas políticas e sociais do Brasil, a primeira agenda a ser discutida é a reforma política. Para o início da discussão, o ITS realiza parceria com think tanks que já possuem conteúdo de qualidade sobre o tema. Isso também qualifica a discussão, reúne e registra conhecimentos de especialistas, da opinião pública e de diversos setores. A plataforma iniciou suas atividades com as questões levantadas pelo ITS, por meio de parcerias, como as do Ministério da Cultura e dos governos do Distrito Federal e do Maranhão, e também realizará consultas sob demanda para gestores públicos que queiram construir leis e políticas alinhadas às demandas populares, e também será aberto a quem quiser utilizá-lo para a tomada de decisões políticas, sejam macro ou micro. Uma democracia bem-sucedida também exige igual acesso ao conhecimento. Assim, nesta área, o ITS atua e tem alterado a regulamentação em várias frentes, como patentes, recursos educacionais abertos (REA) e cultura digital. Ronaldo acrescentou a tecnologia à agenda do Ministério da Cultura, principalmente nos programas relacionados à promoção da cultura digital - a cultura digital vê a inclusão digital como ponto de partida para novos paradigmas de produção de conhecimento, mais democráticos, colaborativos e abertos. As políticas de cultura digital então criadas são reconhecidas mundialmente, como a criação dos “Pontos de Cultura”, estúdios de produção audiovisual digital em comunidades da periferia do Brasil, fundamentais para permitir que as produções das comunidades locais cheguem ao ciberespaço. Ronaldo também foi responsável pela implantação do Creative Commons no Brasil, primeiro país a promover o uso efetivo e integrado de software livre e licenças alternativas como o Creative Commons. Ronaldo também foi um ator fundamental na construção do arcabouço legal da Organização Mundial de Propriedade Intelectual da ONU para que os países em desenvolvimento tenham um regime mais flexível de licenciamento de medicamentos em 2005. O ITS participa de eventos nacionais e internacionais sobre direitos autorais e licenciamento, publica e oferece cursos em parceria com Harvard e UERJ sobre o tema. O ITS também visa garantir que os benefícios da tecnologia sejam amplamente compartilhados pela sociedade. Para isso, o ITS pesquisa sobre a apropriação da tecnologia pela Base da Pirâmica e como isso impacta em suas vidas, e mudou a política em diferentes arenas. Em cada favela, existem dezenas de “lan houses” (cybercafés), onde um cidadão paga por um pacote de conectividade que é usado para muitos computadores, possibilitando o acesso de outros moradores em troca de dinheiro. Essas eram ilegais e seus proprietários foram criminalizados. A pesquisa do ITS mostrou que, em 2009, metade dos internautas brasileiros acessava a web por meio de uma das 109 mil lan houses do país. A partir dessa pesquisa, foi possível revogar a lei contrária e criar um arcabouço que regulamenta esses estabelecimentos, por meio de parceria com o Sebrae. Outro estudo relevante foi focado em cenas de cultura emergentes mediadas por tecnologia. Indústrias multimilionárias completamente invisíveis foram descobertas, com novas práticas e modelos de receita inovadores. Foi mapeada a indústria musical do “tecnobrega” no Norte do Brasil, onde seus produtores tratam seus “bens comuns” musicais, permitindo a distribuição gratuita. A pesquisa foi coberta por meios de comunicação como CNN, BBC, Associated Press, e permitiu que Ronaldo pressionasse por uma lei que revogasse os impostos sobre os álbuns de música e possibilitasse a formalização desses artistas de baixa renda. O ITS também mapeou a indústria cinematográfica nigeriana, onde empreendedores locais usaram tecnologia de vídeo digital para produzir filmes populares, geralmente vendidos nas ruas. Esta é a terceira maior indústria audiovisual do mundo, com abordagens interessantes sobre gestão de propriedade intelectual, mas invisíveis. A pesquisa de Ronaldo deu legitimidade ao setor que hoje conta com o apoio do governo, além de ser o segundo maior empregador do país. Entre outros estudos que estão sendo feitos, exemplos são uma análise do impacto que o big data tem sobre os pobres e dos celulares de baixo custo na conectividade. Ronaldo vê nas relações dos brasileiros com a tecnologia um elemento central do desenvolvimento do país, a ser aproveitado como uma oportunidade. Para isso, defende um ambiente de Internet aberto, inclusivo e sem censura, para que todos os usuários tenham igual acesso a ele e às oportunidades que ele acarreta. Uma vez que esses direitos e acessos sejam estabelecidos, a internet e a tecnologia podem ser usadas como uma ferramenta para melhorar a democracia e expandir as oportunidades de participação civil.

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