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Ângela lidera um movimento nacional em defesa dos povos tradicionais e do meio ambiente no Brasil. Ela lançou uma nova Aliança dos Povos da Floresta e criou uma série de iniciativas para fomentar uma nova geração de líderes ambientais nas unidades de conservação do Brasil.
Após a morte do pai, vários de seus amigos e colegas procuraram Ângela, que passou a trabalhar no Centro de Trabalhadores da Amazônia (CTA), organização cofundada por Chico Mendes que trabalha com manejo florestal comunitário de uso múltiplo, que tinha uma grande participação na formulação de Reservas Extrativistas e Projetos de Assentamento Agroextrativo (PAE), garantindo às comunidades que ali residiam. Paralelamente, Ângela fazia parte do grupo fundador do Comitê Chico Mendes, criado para exigir que as autoridades policiais e judiciárias investigassem, julgassem e condenassem os envolvidos no assassinato de seu pai e para divulgar nacional e internacionalmente os ideais e legado de Chico A luta de Mendes. A partir de seu trabalho no CTA e no Comitê Chico Mendes, que ficavam na mesma sede, Ângela começou a aprender cada vez mais sobre a história de seu pai, a luta dos seringueiros e povos tradicionais e a realidade e desafios das comunidades locais. Em 2009, Ângela assumiu a liderança do Comitê Chico Mendes, atuando principalmente com iniciativas de conscientização ambiental e preservação do legado da luta dos seringueiros, na época apoiado pela Secretaria de Meio Ambiente do Acre. Anos depois, Ângela foi eleita diretora da Secretaria da Mulher do Conselho Nacional de Populações Extrativistas (CNS), no qual propôs e negociou com o Ministério do Meio Ambiente a retomada do projeto Bagagem das Mulheres da Floresta, voltado para o saúde reprodutiva de mulheres de comunidades tradicionais. Ela então começou a perceber uma mudança no cenário ao longo dos anos: os conflitos pela terra que pareciam pacificados ainda ocorriam e os jovens participavam cada vez mais ativamente das atividades do Comitê, expondo suas opiniões e os desafios que enfrentavam. Em 2015, a partir de seu contato com jovens, Associações de Moradores da Resex, e sua trajetória no movimento, Ângela identificou o problema do êxodo juvenil e o crescente número de invasões, loteamentos e desdobramentos dentro da Resex Chico Mendes, causados pela falta de investimento nas cadeias produtivas extrativistas e nas políticas públicas para o território como um todo, mas também pelo apagamento da memória da história de luta das comunidades extrativistas. Conhecendo essas dificuldades e nuances, Ângela fundou o Centro Juvenil dentro do Comitê Chico Mendes e deu início à cocriação de Jovens Protagonistas da Resex, em parceria com CNS, CTA e Comissão Pró-Índio, para formar jovens líderes extrativistas para a conscientização sua história e seu potencial para criar mudanças.
Ângela lidera um movimento nacional em defesa do meio ambiente, das unidades de conservação e das diversas populações tradicionais que as habitam, desde comunidades indígenas a extrativistas, ribeirinhas e quilombolas. Ela está criando uma série de estratégias, desde a iniciativa Jovens Protagonistas da Resex Chico Mendes até a articulação da Aliança dos Povos da Floresta para esse fim. Ângela está mudando mentalidades e criando uma cultura de mudança entre os jovens extrativistas e, ao promover a liderança juvenil e a ocupação e o desenvolvimento de unidades de conservação, Ângela está fomentando os sistemas de produção extrativista e protegendo a cultura e os modos de vida dessa comunidade, preservando o território de práticas ilegais e destrutivas ao meio ambiente. Ela propõe um novo paradigma, trazendo a juventude para o centro da conservação e quebrando uma dinâmica predatória de uso do solo fortemente baseada na pecuária e no agronegócio. Ângela fez parte do grupo fundador do Comitê Chico Mendes em 1989 e à medida que novos desafios surgem, Ângela propõe novas estratégias para garantir uma melhor qualidade de vida às populações extrativistas e garantir a ocupação e defesa do território onde vivem. Desde 2015, Ângela tem criado uma série de iniciativas para fortalecer a identidade e a autoestima dos jovens extrativistas, valorizando seus conhecimentos, cultura e formas de viver e produzir, contribuindo assim para a permanência desses jovens como defensores ambientais de seus. territórios. A partir de uma metodologia de formação co-criada com jovens extrativistas, Ângela está fomentando uma nova geração de lideranças pela defesa do meio ambiente e do acesso aos direitos, a começar pelos jovens extrativistas da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no Acre, e planeja expandir suas operações para outras unidades de conservação em toda a Amazônia. Desde 2019, junto com as lideranças indígenas Raoni Metuktire e Sonia Guajajara, Ângela está à frente do lançamento da nova Aliança dos Povos da Floresta, uma estratégia de resistência pacífica criada por Chico Mendes e lideranças indígenas que por muitos anos foi desmobilizado. Ângela promoveu uma grande mudança de estratégia para que a Aliança seja capaz de enfrentar os desafios atuais da defesa do meio ambiente e da vida e cultura dos povos tradicionais da Amazônia que tem como foco a proteção das comunidades tradicionais, dialogando com as bases das mais diversas comunidades e incluir grupos que antes não faziam parte da aliança e que são extremamente relevantes para a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da região. O novo formato da Aliança também inclui quilombolas, comunidades ribeirinhas e agricultores familiares do movimento MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), além de biomas além da Amazônia, ampliando ainda mais territórios e abrangência de atuação.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2019 o desmatamento da Reserva Extrativista Chico Mendes aumentou 203%, um recorde tanto em porcentagem quanto em área destruída desde sua fundação em 1990. Área de desmatamento - 74,5 milhas quadradas - é a maior perda registrada pelo sistema de monitoramento do Prodes (Inpe), iniciado em 2008. Como um todo, a unidade já perdeu 7,5% de sua cobertura florestal. A área permanece desprotegida após uma medida do Ministério do Meio Ambiente que suspendeu as medidas de proteção do ICMBio, instituto responsável pela gestão e fiscalização das Unidades de Conservação Brasileiras que leva o nome do ambientalista, líder e Companheiro da Ashoka, Chico Mendes. O argumento dos que se opõem à existência das Unidades de Conservação é que elas atrapalham o desenvolvimento do país, discurso também aprendido e reproduzido entre os jovens da Resex Chico Mendes, ainda que em menor escala. Segundo dados do IPAM, Instituto de Pesquisas da Amazônia, 25,5 milhões de pessoas entre populações tradicionais e famílias vivem na Amazônia brasileira. A extração de produtos não-madeireiros (óleos, resinas, ervas, frutas e borracha) contribui economicamente para a vida de 400 mil famílias. Com o progressivo desmantelamento das políticas públicas socioambientais e o corte dos investimentos nas cadeias produtivas agroextrativas, como aconteceu com a borracha no estado do Acre, e, mais recentemente, a ameaça ao Fundo Amazônia, muitos extrativistas e seringueiros se sentem pressionados a mudar suas formas de produzir e viver. Os mais velhos são pressionados a encontrar formas mais rápidas de subsistência e os mais jovens veem a pecuária como uma alternativa de geração de renda mais lucrativa. A pressão do agronegócio e o desmonte da política socioambiental de proteção às comunidades tradicionais impõe a mesma dinâmica econômica e de uso do solo que tem levado à degradação de outros biomas brasileiros e ao extermínio de diversos grupos indígenas. Hoje, os jovens representam 52% da população da Resex Chico Mendes. Eles vivem em uma realidade em que o acesso a direitos básicos, como educação de qualidade, acesso à internet e segurança pública é negligenciado, o que tem contribuído para a migração de jovens da Reserva. Os jovens buscam perspectivas econômicas, acesso à educação técnica e superior e novas tecnologias. Todos esses fatores combinados estão levando a uma diminuição populacional e por sua vez produz uma pressão ainda maior sobre o território ameaçado por invasões e desmatamentos para a pecuária. Assim, o avanço ilegal de pastagens na floresta vem crescendo rapidamente nos últimos anos.
Ângela está na vanguarda do lançamento da nova Aliança dos Povos da Floresta com as lideranças indígenas Raoni Metuktire e Sonia Guajajara, para unir forças e coordenar a mobilização das comunidades tradicionais que vivem na Amazônia. Para se adaptar a novas realidades e desafios, Ângela mudou o objetivo do movimento, bem como estratégias renovadas em torno de quem ela traz para o movimento. Se no passado a luta era pelo reconhecimento e demarcação de territórios como unidade de conservação, hoje a luta é pela preservação das unidades de conservação e prevenção de retrocessos, como invasões e desmatamentos ilegais, e desmantelamento de políticas ambientais, que são sendo proposto por políticos no Congresso Nacional. Nesse novo modelo, Ângela também integra novos atores como comunidades quilombolas, ribeirinhos e agricultores familiares do Movimento dos Sem Terra, que antes não faziam parte da Aliança. Ângela liderou a criação da Jornada da Aliança em dezembro de 2019 e realizou encontro com lideranças indígenas para o lançamento da nova Aliança em janeiro de 2020, na Terra Indígena Capoto-Jarina, em Mato Grosso. O encontro contou com mais de 500 lideranças indígenas, além de lideranças que participaram do movimento dos anos 1980. Ângela fez parte do grupo fundador do Comitê Chico Mendes criado em 1989 com o objetivo de 1) exigir que as autoridades policiais e judiciais investiguem, julgem e condenem os envolvidos no assassinato de Chico Mendes e 2) divulguem nacional e internacionalmente os ideais e legado da luta de Chico Mendes. Em 2009, Ângela assumiu a liderança do Comitê Chico Mendes, atuando principalmente com iniciativas de conscientização ambiental e preservação do legado da luta dos seringueiros. Em 2015, fundou o Centro Juvenil dentro do Comitê Chico Mendes e criou os Jovens Protagonistas da Resex Chico Mendes para formar jovens lideranças extrativistas que tenham consciência de sua história e seu potencial para gerar mudanças implementado em parceria com o Conselho Nacional de Populações Extrativistas ( CNS), Centro de Trabalhadores da Amazônia (CTA) e Comissão Pró-Índio. Angela trouxe uma grande mudança na meta do Comitê de justiça para seu pai para trazer a juventude para o centro de conservação. Para fortalecer as lideranças jovens nas unidades de conservação, Ângela fundou o Centro Juvenil dentro do Comitê Chico Mendes, formado por jovens engajados na realização dos ideais de Chico Mendes e na preocupação com o futuro do planeta. Os jovens deste Centro trabalham com mobilização, conscientização e educação ambiental realizando atividades culturais na cidade, eventos comemorativos, manifestações e atividades nas escolas municipais de Xapuri e Rio Branco. Com essa equipe de jovens, em parceria com o Conselho Nacional de Populações Extrativistas, jovens do CTA e das Associações de Moradores da Resex, Ângela idealizou a iniciativa Jovens Protagonistas, que tem como foco os jovens moradores da Resex Chico Mendes promovendo o pensamento crítico entre jovens lideranças dentro do As Unidades de Conservação, como forma de fortalecer as organizações sociais, os saberes tradicionais e valorizar as vozes dos jovens, seus territórios, formas de produção e estilos de vida. Os 8 módulos do programa acontecem em diferentes seringais, nos quais os jovens ficam acampados por alguns dias para realizar o curso. Dessa forma, os jovens criam conexões com as comunidades das diferentes localidades da Resex.
Angela MendesAngela Mendes