Josephina Bacariça
BrasilAshoka Fellow desde 1988

Ashoka comemora e celebra a vida e o trabalho deste Ashoka Fellow falecido.

Josephina Bacarica dirige um centro comunitário agrícola em São Paulo que promove programas educacionais direcionados para evitar a migração para a cidade.

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A Pessoa

Os pais de Josephina Bacarica eram donos de um rancho, mas não moravam lá, então sua primeira percepção da vida rural foi como uma "patrona" que vivia na cidade. Ainda assim, ela foi sensível às questões rurais desde tenra idade, e seu primeiro emprego de professora em uma escola rural plantou a ideia do que se tornaria o trabalho de sua vida. A ideia foi fortalecida por meio do contato com meninos de rua cujas famílias foram deslocadas de suas raízes rurais. Sua trajetória profissional é marcante e prolífica até para quem chega aos 60 anos. Inclui desde trabalhos acadêmicos e estudos no Brasil e no exterior até a organização de creches comunitárias em favelas do Rio de Janeiro e consultoria para agências governamentais. No início de sua carreira, ela começou a buscar métodos e modelos que funcionassem para outras organizações. Com a mesma ânsia de reunir ideias e aprender com o sucesso de outras pessoas, Bacarica entrou em contato com outros associados da Ashoka em projetos relacionados e planeja uma reunião para que eles aprimorem o trabalho um do outro.

A Nova Idéia

Quando Josephina Bacarica estava começando sua carreira de professora, sua primeira designação foi em uma escola rural, onde ela logo aprendeu que seus alunos precisavam muito mais do que ler e escrever. Eles não tinham nada, lembra ela, e suas famílias sofriam de isolamento e careciam de informações básicas. Ainda assim, Bacarica começou a pensar como uma educação adaptada à realidade poderia ajudar nas condições de vida dos camponeses. Em vez de uma educação com preconceitos da cidade, ela sentiu que os camponeses precisavam de informações mais específicas, por exemplo, sobre métodos agrícolas, saúde e formação de cooperativas para melhorar os resultados de seus esforços. Bacarica há muito deixou de ensinar leitura e escrita para dedicar suas habilidades de ensino e organização a associações, sindicatos e cooperativas rurais. Seu objetivo de longo prazo é mudar as políticas públicas que provocam o êxodo dos pequenos agricultores do Brasil para inchar as áreas metropolitanas. Seu impacto nessa área já começa a ser percebido. Por exemplo, uma proposta de educação dela foi aprovada por decreto da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Estabelece que as escolas rurais devem estar localizadas perto do transporte público e que os professores do ensino fundamental devem discutir as questões agrícolas do Brasil com seus alunos. Além disso, a Secretaria de Estado da Agricultura endossa projeto de planejamento e fomento intensivo da pequena agricultura ao longo de algumas bacias hidrográficas. No entanto, Josephina diz que com a mobilização de dentro da comunidade, esses projetos instigados pelo governo não ganham a confiança dos agricultores e, consequentemente, não têm sucesso. O desafio aí é construir o projeto por meio da organização comunitária. Enquanto isso, ela não fica esperando que a consciência pública e as políticas públicas mudem. Esse é um processo muito lento, e os pobres rurais precisam de soluções mais rápidas para evitar que vão para a cidade. Consequentemente, a Bacarica está ajudando a organizar escolas agrícolas e centros comunitários para promover a produção e comercialização cooperativas, técnicas avançadas de agricultura orgânica e cultura rural regional. O trabalho foi iniciado em três regiões. O centro agrícola comunitário piloto em Mogi das Cruzes oferece assistência técnica a cerca de 1.000 moradores da área. Aqui, eles ensinam coisas como cultivo de safras e gado e como obter acesso a bancos de sementes. Os fazendeiros levam suas mercadorias para os mercados da grande São Paulo - em sacolas fornecidas pela prefeitura da cidade - para vender diretamente aos consumidores, ignorando os custos do intermediário. Bacarica administrou isso por meio de convênios com empresas, bancos e indústria. Ela está levando a ideia para outras comunidades e descobrindo que seu entusiasmo é contagiante.

O problema

A migração do interior do Brasil para as cidades tem aumentado enormemente nos últimos 30 anos. A falta de informação e tecnologia adequada, entre outros fatores, impulsiona os pequenos agricultores às cidades em busca de uma vida melhor. Além de perder sua identidade cultural no meio urbano, os migrantes são absorvidos pelo mercado de trabalho e deixados de lado pelos serviços públicos e sociais.

A Estratégia

Cooperação e educação rural útil adaptada a cada comunidade são princípios-chave do projeto da Bacarica de criar e difundir escolas agrícolas e centros comunitários. A cultura rural é valorizada nos programas educacionais e sociais que a Bacarica propõe. À medida que os pequenos agricultores, principalmente os jovens de áreas rurais pobres, começam a valorizar seu trabalho, eles ficam menos inclinados a migrar para as cidades em busca de melhores oportunidades. Os centros procuram reforçar o valor da pequena agricultura e da cultura rural, ao mesmo tempo que proporcionam aos pobres rurais ferramentas educacionais e técnicas para conseguirem melhores condições de vida nas suas áreas. Por outro lado, Bacarica também afirma que algumas das "coisas sedutoras de a cidade "deve ser estabelecida nas comunidades rurais para retardar a migração rural-urbana. Esses "sedutores" incluem educação, saúde e renda.