Luiz Baggio neto
BrasilAshoka Fellow desde 1989

Ashoka comemora e celebra a vida e o trabalho deste Ashoka Fellow falecido.

Luiz Baggio é escritor, produtor e tetraplégico que quer usar o poder do rádio para ajudar pessoas com deficiência, suas famílias, e os brasileiros em geral aprendem novas formas de integração e ajuda à contribuição de um décimo da população com deficiência.

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A Pessoa

Profundamente incapacitado desde os dois anos de idade e agora confinado a uma cadeira de rodas, Luiz não deixou que as limitações físicas o impedissem de fazer o ensino superior e a carreira de escritor, editor e produtor. Aos 35 anos, formou-se em Letras pela Universidade de São Paulo em 1981. Desde 1979, trabalhou em diversas editoras como leitor e editor. Paralelamente ao seu desenvolvimento intelectual, Luiz tem trabalhado intensamente na promoção de pessoas com deficiência & # 39 ; s integração na sociedade brasileira. Foi duas vezes coordenador do Movimento pelos Direitos da Pessoa com Deficiência e ajudou a fundar o Núcleo da Pessoa com Deficiência da Universidade de São Paulo, que assessora o reitor em assuntos de interesse dos alunos com deficiência. Ele tem falado e publicado extensivamente sobre direitos dos deficientes físicos e outros tópicos, e ajudou a universidade e a cidade de São Paulo a projetar projetos para eliminar barreiras arquitetônicas. A primeira incursão de Luiz no rádio ocorreu em 1986, quando a universidade o convidou para escrever, produzir e apresentar & quot; Interaction & quot; um programa semanal para e sobre pessoas com deficiência. O show foi ao ar por três anos. Durante esse tempo, Luiz também produziu o primeiro programa de rádio do Brasil para deficientes auditivos, usando um software especialmente desenvolvido para transmitir ondas de rádio por & quot; ouvintes & # 39; & quot; computadores. Embora ainda escreva regularmente, Luiz está convencido de que mandar palavras pelo rádio é a forma mais poderosa de persuadir um público, principalmente no Brasil, onde tantas pessoas são analfabetas e ouvem o rádio para se informar. Diz Luiz, “Levar ao ar as questões das pessoas com deficiência lhes dará o status de verdade”.

A Nova Idéia

Como a maioria dos brasileiros aprende pelo rádio e pela TV, não pela escola ou pelos jornais de circulação muito limitada, Luiz acredita que o uso sensível do rádio é a ferramenta mais poderosa disponível para dar novas oportunidades aos deficientes. Isso poderia ajudar os deficientes físicos a entender as preocupações das pessoas com deficiência, rejeitar estereótipos negativos e preconceitos e aprender que medidas práticas podem tomar para dar uma chance justa aos familiares, amigos e colegas de trabalho deficientes. De São Paulo, Luiz planeja produzir um programa de 30 minutos com notícias, reportagens, músicas, entrevistas e participação do ouvinte que distribuirá semanalmente para emissoras de todo o Brasil. Embora o programa se concentre principalmente em questões que preocupam as pessoas com deficiência, por exemplo, como fazer uma casa acessível para cadeiras de rodas, quais empregos estão disponíveis para os deficientes auditivos, como lidar com a discriminação e apatia, Luiz quer torná-lo atraente para os não ouvintes deficientes também. O enfoque de Luiz naqueles entre os fisicamente saudáveis, com forte envolvimento pessoal com familiares ou amigos deficientes, pode ter resultados significativos. Se ele realmente conseguir projetar o programa para alcançá-los, poderá expandir enormemente seu público. Mais importante, se ele conseguir fazer isso, estará ajudando a expandir o apoio a novas políticas em relação aos deficientes de 10% para 50% do Brasil. Já existem no Brasil programas de rádio voltados para o público negro ou que tratam de determinados temas, como meio ambiente. A ideia de Luiz de criar um programa para e sobre pessoas com deficiência é, no entanto, nova.

O problema

O número de brasileiros com deficiência física e mental é de 13 a 15 milhões, cerca de 10% da população nacional. Ao contrário de suas contrapartes em países mais desenvolvidos, os brasileiros com deficiência desfrutam de independência e mobilidade limitadas. Eles enfrentam barreiras arquitetônicas, uma quase completa falta de transporte especializado e outros problemas de infraestrutura. As famílias não instruídas tendem a submetê-los a proteção excessiva e mortal ou desistir e abandoná-los. As discriminações sutil e aberta se combinam para impedir que os deficientes contribuam produtivamente para a sociedade em que vivem. Essa situação mudou um pouco na última década, à medida que pessoas com deficiência se juntaram a outras minorias desprivilegiadas exigindo igualdade e plena cidadania no Brasil democrático. Políticos, órgãos públicos e o setor privado têm, até certo ponto, defendido a causa dos deficientes. Conseqüentemente, a nova constituição brasileira contém algumas das disposições mais progressivas para pessoas com deficiência de qualquer carta no mundo. Luiz acredita que os deficientes ainda não venceram a batalha para aumentar a participação e acabar com a discriminação, porém. Embora uma minoria expressiva, educada e politicamente consciente de pessoas com deficiência tenha entrado na corrente dominante, a maioria ainda está isolada, dependente e desinformada. Além disso, os brasileiros saudáveis continuam amplamente ignorantes de suas necessidades e problemas. O aumento da comunicação entre os dois grupos pode ajudar muito a quebrar as barreiras entre eles.

A Estratégia

O primeiro passo da estratégia de Luiz será atingir o maior público possível, com foco no problema da distribuição. Ele começará produzindo um programa semanal padrão para uma grande estação de alta potência em São Paulo. Ele também espera se unir a uma rede de emissoras menores que distribuirão seus programas gravados para afiliadas em todo o país, dando às emissoras menores a liberdade de adicionar segmentos produzidos localmente como acharem adequado. Luiz entrará em contato com grupos de pessoas com deficiência em cidades de todo o Brasil para encorajá-los a adicionar suas contribuições aos segmentos locais do programa. Ele também está pensando em abordar estações independentes menores, como as administradas por igrejas católicas em várias partes do país. Luiz planeja subscrever o empreendimento vendendo espaço publicitário no programa, para patrocinadores governamentais e corporativos. Ele acredita que os dois grupos terão interesse em conectar seus nomes à causa dos deficientes. & quot; Está na constituição que o estado deve promover a integração das pessoas com deficiência & quot; diz Luiz, “e muitas empresas privadas estão se tornando sensíveis ao problema”. O fato de os deficientes e suas famílias constituírem quase metade da população ajuda. Além de distribuição eficiente, espaço para segmentos produzidos localmente e uma base financeira sólida, o formato e o conteúdo do programa serão determinantes críticos de seu sucesso. & quot; Não pode ser algo muito diferente do que os ouvintes do AM estão acostumados, & quot; diz Luiz, "e tem que se encaixar bem com o resto da programação da emissora". Luiz planeja manter o estilo rápido e leve, usando música, participação do ouvinte e DJs profissionais para manter os ouvintes envolvidos.